Por volta de 1690 o morgado Cristóvão Moniz de Menezes mandou edificar uma casa de residência com capela, evocando o santo do seu nome, que termina em 1692, data gravada na cantaria da porta da capela. Ao alto da escada, na parede, um azulejo armoriado evocaos brasões dos proprietários (Moniz, Menezes, Câmara, Drummond), herdeiros em sucessão de propriedade, até Carlos Cristóvão da Câmara Leme Escórcio de Bettencourt.
Carlos Cristóvão foi o último herdeiro do solar, nasceu a 25 de Fevereiro de 1924, no Funchal e viveu em Machico. Falecido em 1998, foi uma das distintas figuras da cultura machiquense. Foi poeta, romancista, escreveu peças de teatro e, entre as suas obras, destaca-se o “Elucidário de Machico”, cuja primeira edição foi publicada em 1981.
O Solar de São Cristóvão, tem sido um espaço dinâmico, quer a nível religioso, educativo e cultural. Funcionou como centro religioso até à reforma administrativa da Igreja que deu lugar às novas paróquias em 1961. Em 1904, a pedido do então vigário de Machico, a Madre Mary Jane Wilson presidiu à fundação de uma Escola de S. Francisco de Sales, que mais tarde seria transferida para a Quinta Sant’Ana.
A 13 de Março de 1987, Carlos Cristóvão doou o imóvel à Região Autónoma da Madeira, atualmente classificado como imóvel de Valor Local, estando à altura, em avançado estado de degradação. A Secretaria Regional de Turismo e Cultura começa a restaurar o solar, onde em 1995-98 esteve ao serviço do Conservatório - Escola de Artes e posteriormente em 2000, veio a funcionar a “Casa do Artista”, residência temporária de vultos do mundo da cultura.
Reabre em 2019, como solar visitável, justamente a celebrar os 600 anos do descobrimento da Ilha da Madeira, restituindo a sua aura mítica a este solar de tempos remotos, que Machico conserva entre os seus vales e simultaneamente, o usufruto pleno da antiga capela de veneração a um santo muito prezado pela população, alvo de romarias e promessas.
A visita a este solar é um convite ao passado. A memória deste lugar e destas gentes, que aqui inscreveram o seu ADN, tornou este solar único na Ilha da Madeira, uma relíquia que Machico conserva.
Atualmente é um espaço museológico que retrata as vivências de diferentes épocas ao longo de várias gerações.
Horário de visita:
Aberto de terça a sábado das 09h30m às 12h30m e das 13h30m às 16h00.
Encerrado aos domingos, segundas e feriados.
Entrada gratuita
CONTACTOS
Caminho de São Cristóvão, 26 | 9200-420 Caramanchão - Machico
Informações ou reservas: (+351) 291 969 200